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Gastronomia e passeios no Centro de SP: onde a tradição vive ao lado de novidades

Os números impressionam: são 12,3 milhões de pessoas, 20 mil restaurantes, 30 mil bares, mais de 150 museus e 100 parques e espaços culturais. Mas estes dados não chegam perto de definir a grandeza de São Paulo. Com uma energia frenética e vibrante, a capital paulista nos oferece uma verdadeira imersão cultural e gastronômica, nos conduzindo em uma viagem por ideias, aromas, sabores e diferentes visões de mundo.

Cosmopolita, a megalópole é a maior e mais populosa cidade do hemisfério sul e, dentre suas regiões, uma delas mostra-se como uma joia da culinária e da cultura: o centro. História e tradição misturam-se com as novidades do século 21, fazendo com que o local seja um dos lugares mais interessantes da capital. Aqui, o passado convive com o presente de uma forma simbiótica.

Não é à toa que foi pelas redondezas que a cidade começou a se desenvolver. Quer história? O centro tem. Quer se divertir? Também é possível. E comer bem? São inúmeras opções das mais diversas cozinhas.

Assim, digo que, a partir do momento que começamos a frequentar o centro, ajudamos a conservá-lo também. Seja em seus restaurantes, na cena cultural ou nos passeios à pé entre os edifícios e monumentos, colaboramos de alguma forma com sua revitalização.

E uma das chaves é justamente por meio da gastronomia: enquanto gravávamos o CNN Viagem & Gastronomia pelo centro, observei que os chefs que se estabelecem por ali geram um comprometimento com a região, que acaba transformando os vínculos numa comunidade muito forte.

Por isso, vale um giro por seus bares, restaurantes, teatros, museus e ativações culturais. Mas detalhe: são inúmeras opções! Logo, fizemos uma curadoria do que achamos mais bacana para o programa, e juntamos algumas novidades com o que era clássico – o resultado foi um programão pelo centro da cidade.

Portanto, vale ressaltar: mais do que um roteiro fechado, as dicas são uma forma de te instigar a visitar o centro e fazer suas próprias descobertas. Eu, por exemplo, dei preferência aos sabores e aromas através dos bares e restaurantes, tentando equilibrar com algumas atrações culturais. Afinal, “turistar” na própria cidade é uma chance de conhecer a fundo nosso próprio lar.

Gastronomia: bocadas clássicas e inovadoras
A seguir, confira uma seleção de casas na região central de São Paulo que se destacam pelas suas cozinhas e produtos. São casas clássicas, patrimônios imateriais, novidades, bares e cervejarias que ajudam a colocar o centro como uma importante rota gastronômica não só da cidade, mas do país.

Típicos do centro
Casa Godinho

São mais de 130 anos de história em São Paulo. Considerado Patrimônio Imaterial da cidade, o nascimento da mercearia remonta a 1888 ainda na Praça da Sé. Ocupa desde 1924 o número 340 da rua Líbero Badaró, onde grandes nomes faziam suas compras, como Assis Chateaubriand, Adhemar de Barros e Jânio Quadros.

É um local que remete muito à minha infância e nos leva numa viagem pelo tempo com sua balança de prata, o piso de ladrilho hidráulico e as prateleiras de imbuia do século 19 – os produtos são embrulhados em papel e temperos são vendidos a granel. E não deixe de experimentar a famosa empadinha (R$10): com vários sabores, a mais tradicional é a de bacalhau, servida dentro de um potinho com garfo.

Ah, e vale ressaltar que o empório fica no térreo do Edifício Sampaio Moreira, o primeiro arranha-céu de São Paulo.

Onde? Rua Líbero Badaró, 340 – Centro, São Paulo – SP

Bar e Lanches Estadão

É um verdadeiro clássico das madrugadas da capital, já que fica aberto 24 horas todos os dias da semana. Democrático, o local na boca do Viaduto 9 de Julho é ponto de referência no centro desde dezembro de 1968, quando foi inaugurado. Aqui, não há como não experimentar o famoso lanche de pernil (R$29,90): é como um patrimônio da cidade.

O sanduíche é o carro-chefe da casa e o mais procurado no dia a dia: são mais de 30 peças de pernil consumidas diariamente – cada uma pesa em média entre 7kg e 8kg. Ele é vendido em várias versões, desde o tradicional até com queijos variados à escolha do freguês. Digo que ir no Estadão é como relembrar minha adolescência: sempre acabávamos caindo aqui nas madrugadas da região.

Onde? Viaduto Nove de Julho, 193 – Centro Histórico de São Paulo, São Paulo – SP

Casas clássicas
La Casserole

O próprio estabelecimento se proclama como uma instituição paulistana. O Café Girondino remete ao período da sociedade marcada pelos barões do café, quando bondes e cafeterias europeias definiam o centro. O antigo endereço existiu na esquina da Rua XV de Novembro com a Praça da Sé e, hoje, revive a alma destes tempos na Rua Boa Vista, em frente ao Mosteiro de São Bento.

No restaurante, vale pedir um café acompanhado de um salgado, como a coxinha (R$9,70). Entre os doces, nada melhor do que o arroz doce (R$22), típica sobremesa brasileira feita com maestria aqui.

Onde? Rua Boa Vista, 365 – Centro Histórico de São Paulo, São Paulo – SP

Cozinhas variadas
Fôrno

Próximo à Consolação e ao Minhocão fica uma portinha com uma escada sucinta que te teletransporta para uma outra cidade, como Nova York. Esse espaço todo moderninho com artes e grafite nas paredes aloja o Fôrno. É um restaurante de onde saem massas e sanduíches deliciosos e, na minha opinião, é de onde sai o melhor pastrami de São Paulo – o carro-chefe é o sanduíche de pastrami (R$ 85).

São cerca de cinco toneladas de pastrami por mês consumidos no Fôrno, como o dono Gabriel Prieto me disse. Sua história no centro, inclusive, não começou nesta cozinha, mas sim com um projeto social em 2004 para cuidar de crianças e adolescentes da região. Também abriu o Holy Burger, bem conhecida do centro, antes de apostar nas massas do Fôrno – a hamburgueria fica na esquina de cima do restaurante.

Onde? Rua Cunha Horta, 70 – Consolação, São Paulo – SP

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