Conforme destaca a Dra. Thaline Neves, a ultrassonografia é um dos métodos mais utilizados na investigação de dores abdominais e lombares, sobretudo quando há suspeita de pedras nos rins. Tendo isso em vista, o exame tem papel importante na avaliação inicial, pois é acessível, rápido e livre de radiação.
Ademais, o ultrassom permite observar alterações nos rins e vias urinárias, o que ajuda a confirmar a presença de cálculos renais ou indicar outras causas de dor semelhantes. Mas como ele funciona de fato? A seguir, saiba mais sobre como o exame funciona, quais sinais ele pode identificar e quando é indicado.
Como o ultrassom detecta pedras nos rins?
O ultrassom utiliza ondas sonoras de alta frequência para gerar imagens em tempo real dos órgãos internos. No caso dos rins, o exame pode mostrar a anatomia, o tamanho, a presença de dilatação das vias urinárias e possíveis anormalidades, como os cálculos. Isto posto, quando há uma pedra no rim ou no ureter, o ultrassom pode identificar um ponto brilhante com sombra acústica posterior, uma característica visual típica dos cálculos.

Esse sinal ajuda a diferenciar os cálculos renais de outras estruturas. No entanto, segundo a médica proprietária da Clínica View, Thaline Neves, a visibilidade depende do tamanho e da localização da pedra. Portanto, cálculos muito pequenos ou localizados em regiões mais profundas podem não ser detectados com facilidade. Ainda assim, o exame pode revelar sinais indiretos, como dilatação das vias urinárias ou alterações no fluxo urinário, que sugerem obstrução causada por uma pedra.
Em quais situações o ultrassom é mais indicado?
O ultrassom é amplamente utilizado como exame de triagem inicial para dor lombar, dor abdominal ou suspeita de infecção urinária. De acordo com Thaline Neves, ele é especialmente indicado para gestantes, crianças e pacientes que devem evitar exposição à radiação, como no caso de tomografias.
Além disso, o exame também pode ser solicitado para acompanhar pacientes com histórico de cálculo renal ou em situações em que os sintomas são recorrentes. Embora a tomografia seja mais sensível, o ultrassom é útil para avaliar rapidamente a situação e definir condutas clínicas iniciais. Por fim, vale lembrar que, dependendo do quadro clínico, o médico pode combinar o ultrassom com outros exames para uma investigação mais completa. Isso é comum quando os sintomas persistem, mesmo após um resultado normal no ultrassom.
Os principais sinais de cálculo renal no ultrassom?
Os sinais mais comuns de pedra nos rins visualizados no ultrassom são:
- Presença de imagem hiperecogênica com sombra acústica: o cálculo aparece como um ponto branco brilhante com uma sombra escura atrás, indicando obstrução da passagem das ondas sonoras.
- Dilatação das vias urinárias (hidronefrose): pode indicar que a pedra está impedindo o fluxo normal da urina, levando ao acúmulo de líquido.
- Espessamento da parede do ureter ou bexiga: pode ser consequência da inflamação causada pela obstrução.
Esses sinais ajudam a direcionar o diagnóstico mesmo que a pedra em si não esteja completamente visível. Como enfatiza a Dra. Thaline Neves, a interpretação clínica dos achados é essencial, pois nem sempre a ausência de imagem do cálculo significa que ele não está presente.
Quando o ultrassom pode não ser suficiente?
Por fim, embora o ultrassom seja uma ferramenta valiosa, ele apresenta algumas limitações técnicas. Pois, em certos casos, o exame pode não detectar pedras muito pequenas ou localizadas em pontos mais difíceis de visualizar, como a junção ureterovesical. Além disso, de acordo com a médica proprietária da Clínica View, Thaline Neves, pacientes com maior quantidade de tecido adiposo ou gases intestinais podem ter imagens de qualidade reduzida.
Logo, quando há dúvida diagnóstica ou necessidade de maior precisão, a tomografia computadorizada sem contraste é geralmente indicada. Esse exame oferece imagens detalhadas que permitem visualizar até mesmo pequenos cálculos, facilitando o planejamento do tratamento. Todavia, ainda assim, o ultrassom continua sendo uma alternativa segura e útil, principalmente para monitoramento, triagem inicial e acompanhamento em casos menos complexos.
Um exame útil, mas que deve ser interpretado com cautela
Em conclusão, o ultrassom é, sem dúvida, um recurso importante no diagnóstico de cálculos renais. Ele pode detectar pedras nos rins, avaliar os efeitos da obstrução urinária e diferenciar outras possíveis causas de dor abdominal. Desse modo, embora não substitua exames mais sensíveis em todos os casos, é uma ferramenta essencial na prática médica por sua segurança, custo-benefício e acessibilidade. Contudo, a escolha entre ultrassom e outros métodos depende da análise individual do paciente, dos sintomas apresentados e da suspeita clínica. Por isso, é fundamental consultar um profissional de saúde para uma investigação adequada e segura.
Autor: Tatlin Surkov